< Voltar Produtos de Crédito 16 abr 2025

Crédito Habitação em 2025: Entre a retoma e a incerteza das taxas

A função do intermediário de crédito é ajudar a trazer clareza ao cliente. E isso implica ir além da taxa do momento.

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  • Entre a descida das taxas e a subida dos preços: o equilíbrio desafiante do crédito em 2025

Entre a descida das taxas e a subida dos preços: o equilíbrio desafiante do crédito em 2025

O mercado da habitação em Portugal vive um momento ambíguo. Por um lado, os sinais de retoma começam a ganhar força. O Banco Central Europeu iniciou o ciclo de descida das taxas em março de 2025, com uma redução de 25 pontos base. A próxima reunião, marcada para amanhã, 17 de abril, poderá trazer nova descida. O BPI antecipa um novo corte, que poderá colocar a taxa de depósitos nos 2,25%.

 

Por outro lado, o ambiente económico continua marcado por instabilidade, com os preços dosimóveis em máximos históricos e a pressão inflacionista ainda longe de se dissipar. O impacto destas dinâmicas nas decisões de crédito continua a ser significativo.

 

Apesar da política monetária mais flexível, o alívio nos encargos com crédito tem sido lento. A Euribor a 6 meses, que é a mais usada nos contratos de crédito habitação em Portugal, está atualmente nos 2,212%, segundo dados de 14 de abril de 2025. A média do mês ronda os 2,27%, ainda acima da média histórica de 1,764%. Ou seja, mesmo com uma tendência de descida, os valores continuam elevados quando comparados com o período de taxas muito baixas que vigorou entre 2015 e 2021.

 

Para muitos clientes, este cenário gera dúvidas legítimas. Avanço agora ou espero? Vai ficar mais barato em breve? E se os preços das casas continuarem a subir? A função do intermediário de crédito, aqui, é ajudar a trazer clareza. E isso implica ir além da taxa do momento.

 

Ajudar o cliente a decidir com base em simulações realistas, e não em previsões incertas, é fundamental. As taxas podem descer, mas os preços dos imóveis também pesam. E continuam a subir. Em 2024, o preço médio das casas em Portugal aumentou 13,7%, colocando o país entre os mercados com maior valorização a nível mundial. O resultado é que a prestação pode não baixar tanto quanto se pensa, se o montante a financiar continuar a crescer.

 

Neste contexto, os apoios públicos disponíveis ganham importância. A bonificação temporária da prestação, o regime de diferimento parcial de capital ou os programas específicos para jovens até aos 35 anos são instrumentos que podem ajudar famílias a manterem os seus compromissos ou a avançarem com uma compra. Mas a maioria dos clientes desconhece os critérios ou não sabe se se enquadra. Cabe ao intermediário trazer esta informação de forma clara, sem criar falsas expectativas.

 

Outro ponto crítico é a forma como se apresenta a simulação. Mais do que mostrar o valor da prestação, é essencial analisar a TAEG, os custos associados ao crédito, as condições de amortização antecipada e os possíveis cenários futuros. Um cliente bem informado decide com mais segurança, mesmo num mercado em mudança.

 

O que se espera do BCE nas próximas semanas pode ajudar a suavizar o custo do crédito, mas dificilmente mudará o cenário de forma drástica no curto prazo. A trajetória de descida será gradual e dependerá da evolução da inflação, do crescimento económico e da estabilidade financeira global. Ao mesmo tempo, os bancos continuarão a ajustar os spreads com prudência e a apetência pelo risco continuará a ser avaliada com rigor.

 

Neste quadro, o papel do intermediário é muito mais do que operacional. É consultivo. É técnico. É estratégico. Saber interpretar os sinais do mercado e ajudar o cliente a tomar decisões sustentadas é, mais do que nunca, uma competência essencial.

 

Se 2025 vai marcar o início de um novo ciclo de crédito mais acessível ou apenas um reequilíbrio moderado, ainda não está claro. Mas uma coisa já se sabe: quem trabalhar com transparência, domínio técnico e foco na sustentabilidade da decisão estará em melhores condições para criar relações de confiança duradouras.

 

No CrediDesk, acompanhamos de perto estas dinâmicas e trabalhamos para que os intermediários de crédito tenham as melhores condições para prestar um serviço técnico, transparente e centrado no cliente. A nossa plataforma foi desenhada especificamente para este setor, com ferramentas que apoiam a análise comparativa, o acompanhamento dos processos de crédito e a comunicação clara com o cliente em todas as fases da decisão.

 

Porque acreditamos que, num mercado cada vez mais exigente, é a qualidade do aconselhamento que faz a diferença.

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